domingo, 25 de dezembro de 2011

A Importancia do brincar, do lúdico na formação do indivíduo

O Falar sobre o brincar parece uma coisa fácil, no entanto, não é bem assim. Muitos autores, filósofos, psicólogos, antropólogos, educadores, artistas há muito tempo e de formas bem diferentes, vêm explicando, com muita sabedoria, o que brincar têm significado ao longo da história do homem.

O jogo e a brincadeira infantil são formas da criança manejar experiências, criar situações para dominar a realidade e experimentá-la. Segundo Teles (1999) brincar se coloca num patamar importantíssimo para a felicidade e realização da criança, no presente e no futuro. Brincando, ela explora o mundo, constrói o seu saber, aprende a respeitar o outro, desenvolve o sentimento de grupo, ativa a imaginação e se autorealiza. Teles (1999) acrescenta que criança que não brinca que desenvolve muito cedo, a noção do “peso” da vida, não tem condições de se desenvolver de maneira sadia e que de alguma forma, esta lacuna irá se manifestar em sua personalidade adulta. Dificilmente conseguirá soltar-se, ser feliz com as pequenas coisas e sentir um prazer genuíno. Teles (1999) explica que brincando a criança também coloca para fora as suas emoções e personaliza os seus conflitos. O brincar estimula a criatividade, a imaginação, aprofunda, para a criança, a compreensão da realidade.

Conforme Teles (1999) a brincadeira, o jogo e o humor colocam o indivíduo em estado criativo. Entretanto, se a brincadeira que estimula a criatividade só pode florescer num ambiente de liberdade e flexibilidade psicológicas, de busca de prazer, de autorealização, deve-se concluir que o desenvolvimento daquela encontra-se profundamente vinculado aos objetivos educacionais. O brinquedo não só possibilita o desenvolvimento de processos psíquicos, por parte da criança, como também serve como instrumento para conhecer o mundo físico (e seus usos sociais) e, finalmente, entender os diferentes modos de comportamento humano (os papéis que desempenham, como se relacionam e os hábitos culturais...).


O Brincar Sensação

Brinquedos, jogos e brincadeiras - através deles, crianças e adultos têm compartilhado sensações, emoções e sentimentos reais. No brincar, corpo e mente e almas se manifestam espontaneamente e, num misto de fantasia e realidade, cada um se envolve e vivencia cada experiência de maneira única, exclusiva e intransferível.
Brincar é sacudir um chocalho para se distrair com seu barulho, é o impulso de correr à exaustão para conseguir alcançar o amigo no pega-pega, é a sensação de girar num corrupio até cair, é o encantamento e o devaneio de ficar por longo tempo admirando as surpresas dos movimentos de uma geringonça, é, também, o frio que dá na barriga lá em cima de uma montanha russa.
Brincar é sentir o prazer das sensações extremas, é tentar conhecer os próprios limites, é sair por instantes da realidade, é a entrega aos sentidos, é elevar os pensamentos até o nada, é igualar a alma às dos poetas.


 O Brincar Imitação
Rituais religiosos, cenas da vida social e mesmo da vida econômica, comportamentos e gestos do mundo adulto, do passado ou do presente, há muito vêm sendo reproduzidos e simbolizados nos brinquedos e nas brincadeiras infantis.
As crianças gostam de imitar o que as "pessoas grandes" lhes apresentam e, engana-se aquele que pensar que só imitam aquilo que é aparente. Através da imaginação e da fantasia, brincando, elas sentem prazer de se fazer parecer com os adultos e, aos poucos, hábitos, comportamentos e valores são verdadeiramente incorporados.
É, então, nas brincadeiras de faz-de-conta que as crianças encontram a possibilidade de representar o mundo de forma mais integrada. Criam uma realidade fictícia, imaginam o que bem entendem, podem se aproximar ou se afastar da imagem que têm dos adultos e, a seu modo, imitá-los. Entre os amigos trocam de papéis: é pai, mãe, marido, mulher, médica, boiadeiro ou herói.

O Brincar Submissão

O brincar também se manifesta no jogo que tem como uma de suas principais e interessantes características o fato de que, quem joga, aceita se submeter, voluntariamente, às regras estritamente estabelecidas, seja por satisfação e vontade de participar, seja por obstinação de vencer um desafio ou uma meta.
Ora às bem simples, ora às mais difíceis ou complexas, a submissão às regras torna os participantes iguais, uns perante aos outros, com as mesmas chances de ganhar ou perder. Isto se vê não apenas nos jogos de cooperação onde todos partem em busca de um objetivo comum, mas também nos jogos de competição onde apenas alguns conseguem vencer por mais sorte, ou melhor, desempenho.
Riso, raiva, expectativa, surpresa, desespero, choro, euforia são sentimentos que acompanham os jogadores e aqueles que, de fora, mas de espontânea vontade, estão envolvidos torcendo, sofrendo ou vibrando.

O Brincar Liberdade

Se estiver bom à gente quer continuar a brincar, se estiver ruim a gente simplesmente sai da brincadeira, dá um click. Cada um decide quando está brincando e o momento em que quer sair da brincadeira. É assim que acontece com as crianças bem pequenas, com as que desejam imitar os adultos, com as que querem representar as coisas do mundo do qual elas não participam. É assim quando se pula amarelinha ou se controla o mouse num jogo de computador. É assim, até para quem decide entrar num jogo e perder o tempo todo. Brincar se iguala ao sentimento de liberdade plena de pensar, de agir, de sentir, de criar e de se expressar. Brincar é a liberdade total de criar fantasias, de imaginar situações fictícias, de imitar ou transformar a realidade de forma descompromissada.

Esquecemo-nos que fomos crianças um dia, e por isso, não conseguimos nem mais brincar, nem reconhecer que as crianças, verdadeiramente, preferem e precisam brincar muito, muito, muito, para assumirem de forma plena a própria vida.

As crianças precisam atravessar diversos estágios no aprendizado de brincar em conjunto, antes de serem capazes de aproveitara as brincadeiras em grupo. Mesmo depois que uma criança ganhou a confiança em brincar com outras, ela gostará, às vezes de voltar a brincar sozinha ou apenas na presença de amigos, sem colaboração de qualquer parte.

À medida que cresce vai incluindo mais tipos de brincadeiras em sua vida.

Assim aos dois anos ela não é capaz de brincar cooperativamente, mas aos quatro já consegue. As brincadeiras sociais vão-se desenvolvendo a proporção que ela descobre como se comunicar com as outras crianças, usando a palavra. Mas as outras crianças são sempre rivais e, quando encontra problemas com elas recorre à mãe.

Aos três anos começa a brincar mais com outras crianças, fica feliz em ser aceita no grupo. A partir dos quatro anos, participa de jogos de faz-de-conta, brinca de forma cooperativa simples, em paralelo, solitária. Nessa idade gosta de todos os tipos de atividades lúdicas.


Tipos de brincadeiras



Brincadeiras solitárias

Brincar pode prender totalmente a atenção da criança. Há muito que explorar no mundo: forma, textura (áspero, liso, escorregadio), consistência (duro, mole, macio), cor, gosto. Tudo deve ser explorado, sentido, cheirado, experimentado. No inicio a brincadeira significa isso. Frequentemente em silêncio, às vezes fala consigo mesma.



Brincadeiras em paralelo

Brincará sozinha passando boa parte de tempo ao lado de seus novos amigos, sem fazer esforço para estabelecer contato. Contentar-se-á em brincar ao lado de outras crianças, em paralelo e se absorverá na própria atividade. A fala não é geralmente dirigida a alguém em particular.



Brincadeiras com outros grupos

Mostra interesse nas atividades de outras crianças. No inicio tal interesse parecerá bastante passivo, e bom espaço de tempo será gasto simplesmente na observação.

Os primeiros movimentos em direção a juntar-se às brincadeiras de grupo podem tanto ser tranqüilos quanto tempestuosos. Isto depende do grupo em questão e da criança que se pretende juntar-se a ele.





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